terça-feira, 1 de abril de 2008

Superando Limites

Camilla Adão

As pessoas com deficiências tradicionalmente discriminadas pela sociedade, e desmotivados pela sua própria condição existencial, têm nas competições paraolímpicas uma oportunidade para elevar sua auto-estima, direta ou indiretamente, além de provar para todos o seu valor como atleta e cidadão.

Uma das principais atletas da seleção brasileira paraolímpica é a pernambucana Roseane Ferreira dos Santos, mais conhecida como Rosinha. A humildade, determinação e o sorriso constante de vencedora são suas principais características.

Rosinha perdeu a perna quando foi atropelada por um caminhão, quando tinha 18 anos. Depois da Olimpíada de Sydney-2000, ficou muito conhecida quando disse uma frase polêmica: “Perder a perna foi a melhor coisa que aconteceu na minha vida”. Ela fez essa afirmação porque tem certeza de que, sem o acidente, seu técnico não a teria conhecido e ela jamais teria ingressado no esporte.
A atleta, especialista em lançamento de disco, dardo e arremesso de peso, exige muito de si mesma e se concentra ao máximo nas competições. Todo seu esforço já lhe rendeu vários recordes mundiais, dois deles na sua primeira Paraolimpíada, em Sydney-2000, no arremesso de peso (9m) e lançamento de disco (31,58m). Em 2004, nos Jogos Paraolímpicos do Brasil, ela bateu seu próprio recorde no lançamento de disco (32,37m).

Antes de viajar para Sydney, Rosinha teve uma surpresa: recebeu patrocínio de R$ 800,00 mensais da empresa Fonte dos Tratores, de Recife e uma ajuda de custo de R$ 400,00 do Bingo Arpoador, do Rio. Hoje, além de manter esses apoios, recebe R$ 3 mil mensais do Comitê Paraolímpico Brasileiro, a exemplo dos demais medalhistas de Sydney.

Em Atenas, Rosinha foi prejudicada em função da junção de classes na sua principal categoria, o lançamento de disco. Mesmo fazendo a melhor marca de sua vida e batendo o recorde mundial da categoria F58, Rosinha terminou a competição apenas na 5ª colocação.
Infelizmente as empresas só querem patrocinar os atletas mais conhecidos, que já ganharam medalhas. Falta um incentivo aos atletas desconhecidos, para que esses possam ter uma preparação adequada (treinamento físico e técnico) e eficiente e assim obtenham resultados expressivos.

Saiba mais:
Histórico Paraolimpíadas.
http://www.add.org.br/index.asp?Fuseaction=Conteudo&ParentID=134&Menu=98&Materia=52
Modalidades da Paraolimpíada

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